O episódio da corrida de cavalos
é uma crítica à tendência dos portugueses para imitar aquilo que se fazia nos países estrangeiros e que se considerava
como sinal de progresso. O ambiente, que deveria apresentar a ligeireza
desportiva para que remete o acontecimento, torna-se o espelho da falta de
gosto e de educação dos participantes. É de destacar os seguintes aspectos:
O ambiente no Hipódromo
- O hipódromo parecia um tanque de arraial;
- O bufete tinha um aspecto sujo;
- A primeira corrida terminou numa cena de pancadaria;
- Tentativa frustrada de igualar Lisboa às capitais europeias, sobretudo Paris;
- A falta de coerência entre o traje e ocasião, o que fazia com que alguns dos cavalheiros se sentissem “embaraçados e quase arrependidos do seu chique” e com que as senhoras se apresentassem com “vestidos sérios de missa”;
- As pessoas não sabiam ocupar os seus lugares;
- As pessoas não revelavam qualquer interesse pelo evento;
- Novo contacto de Carlos com a alta sociedade lisboeta, incluindo o próprio rei;
- Visão panorâmica dessa sociedade (masculina e feminina) sob o olhar crítico de Carlos;
- Possibilidade de Carlos encontrar aquela figura feminina que vira à entrada do Hotel Central.
Caracterização de
algumas personagens intervenientes na corrida:
Carlos da Maia
- Carlos era um homem elegante, educado.
“À saúde de Carlos da Maia, o primeiro
elegante cá da pátria!...”
Cap. X
Alencar
- No episódio das corridas do hipódromo, Alencar apresenta uma certa vaidade.“… com um fato novo de cheviote claro…” Cap. X
Condessa de Gouvarinho
- É uma mulher fútil e vazia, com preconceitos, e que apresenta uma paixão obsessiva por Carlos da Maia, com que tem uma breve relação amorosa. ”E a condessa… mergulhando o olhar nos olhos de Carlos.”Cap. X
Taveira
Caracterização física:
¨
Pálido
¨
Barba preta
“… o Taveira, um rapaz pálido de barba preta,
que tinha debaixo do braço enrolada a bandeira vermelha de starter…”
Cap. X
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