No início do séc. XX as revistas culturais foram o principal
meio de divulgação das transfor-mações sofridas pela arte. No ano de 1910
surgiu, em Portugal, a revista mensal "A Águia", dirigida por
Teixeira Pascoaes. O objectivo dessa revista era ressuscitar a Pátria
Portuguesa a partir do saudosismo, ou seja, por uma espécie de retomada das
tradições do País.
O período em que a revista "A Águia" circulou é
conhecido também como Saudosismo. Por ser um momento de transição, uma vez que
em 1915 surge a revista "Orpheu", marco inicial do Modernismo
português, esse período também pode ser classificado como Pré-Modernismo.
O Modernismo em Portugal é difícil de ser estruturado.
Alguns estudiosos dividem-no em dois, três e até mesmo em quatro momentos.
Quanto ao primeiro e segundo momentos não há divergências entre esses
estudiosos, mas as duas outras fases geram muitas controvérsias.
Após muita pesquisa, optou-se em dividir o período
Modernista português em duas partes: Primeiro Momento ou Orphismo e Segundo
Momento ou Presencismo. As duas outras fases são classificadas como
Neo-realismo e Surrealismo.
Isto justifica-se porque os escritores da fase Neo-realista
repudiam a literatura psicológica e propõem uma literatura de carácter social,
muito próxima à praticada pelos autores Realistas. Já os escritores da fase
Surrealista são influenciados pelas teorias de Andre Breton, idealizador do
Surrealismo.
Devido a todas estas circunstâncias, o ano de 1940, quando o
grupo da Presença se desintegrou, é considerado o término do período Modernista
em Portugal.
Na Pintura
O movimento ficou conhecido em Portugal a partir de duas
exposições: a primeira, em 1915, ocorreu no Porto, tendo sido chamada de
Humoristas e Modernistas; as segundas, em 1916, em Lisboa e no Porto, de Amadeu
de Souza-Cardoso. O país, que entrara no século agarrado a uma pintura
naturalista e romântica em que artistas como José Malhoa eram a referência,
reagiu violentamente ao movimento. A nova estética internacional, desconhecida
no país, estava a ser mostrada por artístas que tinham estado em Paris.
Geração de Paris
Ocorreu com o regresso à pátria de artistas como Dórdio
Gomes e Santa-Rita Pintor. Seguiram-se os do 2º grupo modernista (cerca de
1914). Este segundo grupo era constituído pelos artistas que regressaram de
Paris com a eclosão da Grande Guerra (Diogo de Macedo, Eduardo Viana, Amadeo de
Souza-Cardoso). Estiveram ligados à geração d’Orpheu.
Até à morte de Santa-Rita Pintor e de Amadeo de
Souza-Cardoso (vítimas da pneumónica em 1918), a renovação da pintura
portuguesa centrou-se nestes artistas e ainda nos grupos ligados ao Orpheu. O
mais notável representante desta geração foi Amadeo de Souza-Cardoso, que,
inicialmente influenciado por Cézanne, evoluiu para um cubismo misturado com
todas as tendências com que contactou.
http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.pt/2010/02/modernismo-em-portugal.html
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