terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Olá, sejam Bem-Vindos !

Somos alunas da Escola Secundaria D. Manuel I, Beja .
Frequentamos o Curso Profissional de Técnico de Marketing, de 2º ano, turma G. Estamos a elaborar este blogue como nosso portefólio, no âmbito da disciplina de Português, actividade proposta pela Professora Maria de Fátima dos Santos.

Agora uma breve apresentação sobre nós: 


Nome: Célia
Idade: 16 anos
Gostos: Passear, ir a pesca, ir a praia, sair com amigos, navegar na Internet...













Nome: Helena
Idade:18 anos
Gostos: sair com amigos, festas, ir a praia e navegar na Internet e dar de comer aos patos..













Nome: Patrícia
Idade:18 anos
Gostos: andar de cavalo, sair com amigos, estar com o namorado, navegar na Internet, ir ao galinheiro buscar os  ovos e ir a praia.

Bob Marley

" Nunca troque o que mais quer na vida, pelo o que mais quer no momento."

A vida de Padre António Vieira



Padre António Vieira nasceu em Lisboa, no dia 6 de Fevereiro de 1608.  Foi para o Brasil com seis anos de idade, fez os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas em Salvador. Ingressou na Companhia de Jesus como noviço em Maio de 1623. Em 1625, fez os seus votos de castidade, ordenando-se sacerdote em 1634. Após a Restauração da Independência, em 1640, regressou, em 1641, a Lisboa, iniciando uma carreira diplomática.Regressou ao Brasil em 1652 como missionário no Maranhão e no Grão-Pará, continuando a defesa da liberdade e dos índios.Em 1654, pouco depois de proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes”, no Estado do Maranhão, regressa a Lisboa, onde procura apoio real para as missões dos Jesuítas. Regressa ao Brasil em 1655. Em 1656, voltou para a Europa. Com a morte de D. João IV, torna-se confessor da Regente, D. Luísa de Gusmão. Vieira perderá a influência na corte, no reinado de D. Afonso VI, em 1662.Em 1675, foi absolvido pela Inquisição Decidiu voltar outra vez para o Brasil, em 1681. Acabou por morrer, já velho e doente, a 18 de Julho de 1697, com 89 anos, na cidade de Salvador, no Brasil.

Baseado em: http://www.slideshare.net/siba73/a-vida-do-padre-antnio-vieira






O que é um Portefólio ?

Um Portefólio é uma colecção de trabalhos em desenvolvimento ou já realizados, que pode ter como objectivo acompanhar o desenvolvimento dos alunos. É um  registo importante para que os professores, pais ou alunos possam verificar os conhecimentos adquiridos. 

Baseado em : http://www.significados.com.br/portfolio/

Barroco

Barroco é  um estilo artístico entre o final do séc XVI  e meados do séc  XVIII, inicialmente em Itália em seguida pelos país católico.
É considerado um estilo absolutismo, de certo modo o barroco foi uma continuação do Renascimento, porque ambos compartilham um profundo interesse pela arte da Antiguidade Clássica.
Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas também o estilo histórico.
O Barroco Europeu é constituído pelas cores, luz e sombras. Os temas principais são:  mitologia, passagens da bíblia a historia de humanidade, os retratos costumam ser sobre a vida da natureza, quotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros. 
 As culturas barrocas mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. 
O Barroco Brasileiro foi directamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias. A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidade auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam um intensa vida cultura e artística em pleno desenvolvimento.
Outro importante representante da Literatura Barroca foi o padre António Vieira que ganhou destaque com seus sermões.

Imagem de pintura Barroca: 

Arquitectura Barroca: 
Escultura Barroca: 

Baseado em: 
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco
http://www.suapesquisa.com/barroco/

Texto Argumentativo

O texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das nossas ideias. Apresenta uma estrutura organizada, que é divida em três partes: introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão, que pode apresentar uma possível solução/proposta ou uma síntese. 


baseado em: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Texto_argumentativo

As obras de Padre António Vieira

Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. 
Entre os inúmeros sermões, alguns dos mais célebres: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros.

Vieira deixou para trás cerca de 700 cartas e 200 sermões.

Baseado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira


Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes


  • Exódio

             - Invocação -> Introdução (Cap.I)


  • Exposição

                    -Desenvolvimento (Cap, II e III) (Cap IV e V)

  • Confirmação

  • Peroração      - Conclusão (Cap. VI)



Baseado em: caderno da disciplina. 

Estrutura de um sermão

Introdução: 


Exórdio -> momento em que o orador expõe o plano do sermão e o assunto que pretende defender a partir de um conceito predicável ( passo das escrituras que servem de tema que ira ser desenvolvido de acordo com a intenção do autor);
Momento que se pretende alcançar a bondade e atenção dos ouvintes;
Geralmente, termina com uma invocação a Deus ou à Virgem.

Desenvolvimento:
  

Exposição-> momento de contextualização do assunto do sermão;

Confirmação-> momento de comprovação ou demonstração das afirmações do orador;
Desenvolvimento do pensamento apresentado por meio de:
-Argumentos de autoridade(citações em latim do Velho e Novo Testamento, dos Santos Padres, entre outros moralistas latinos);
-Argumentos baseados em exemplos(pequenas histórias que comprovam a doutrina que se defende).


Conclusão:


Peroração-> Última parte do discurso destinada à recapitulação da essência do que se disse, "refrescando" a memória do auditório;
Última oportunidade que o orador tem para impressionar  convencer e influenciar o auditório, recorrendo aos seus melhores argumentos.

Baseado em:

http://www.escolavirtual.pt/assets/conteudos/downloads/11por/11por0204pdf01.fh11.pdf


Louvores aos Peixes

LOUVOR DAS VIRTUDES
"Começando, pois, pelos vossos louvores, irmãos peixes, ..."


Louvores em geral- cap. II (1.º momento da Exposição)

  1.  "ouvem e não falam"
  2.  "vós fostes os primeiros que Deus criou"
  3.  "e nas provisões (...) os primeiros nomeados foram os peixes"
  4.  "entre todos os animais do mundo, os peixes são os mais e os maiores"
  5.  "aquela obediência, com que chamados acudistes todos pela honra de vosso Criador e Senhor"
  6.  "aquela ordem, quietação e atencão com que ouvistes a palavra de Deus da boca do seu servo António. (...) Os homens perseguindo a António (...) e no mesmo tempo os peixes (...) acudindo a sua voz, atentos e suspensos às suas palavras, escutando com silêncio (...) o que não entendiam."
  7. "só eles entre todos os animais se não domam nem domesticam"




LOUVORES EM PARTICULAR - cap. III (1.º momento da Confirmação)




  •  SANTO PEIXE DE TOBIAS

"o fel era bom para curar da cegueira"; "o coração para lançar fora os demónios"

             

  • RÉMORA

"(...) se se pega ao leme de uma nau da índia (...) a prende e amarra mais que as mesmas âncoras, sem se poder mover, nem ir por diante."

               

  •  TORPEDO

"Está o pescador com a cana na mão, o anzol no fundo e a bóia sobre a água, e em lhe picando na isca o torpedo, começa a lhe tremer o braço. Pode haver maior, mais breve e mais admirável efeito?"

          

  • QUATRO-OLHOS

"e como têm inimigos no mar e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes dois olhos, que direitamente olhassem para cima, para se vigiarem das aves, e outros dois que direitamente olhassem para baixo, para se vigiarem dos peixes."


Baseado em:
http://www.slideshare.net/sebentadigital/repreenses-gerais-e-particulares

Repreensões aos Peixes

Capítulo IV

Repreensão dos VÍCIOS / DEFEITOS GERAIS dos Peixes

 “ Antes porém, que vos vades, assim como ouvistes os vossos louvores, ouvi também agora as vossa repreensões. Servir-vos-ão de confusão, já que não seja de emenda.” 

REPREENSÕES EM GERAL - cap. IV (2.º momento da Exposição)

  1.  "(...) é que vos comedes uns aos outros."
  2. "Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos."
  3.  "Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande."





Primeira Repreensão



Os peixes comem-se uns aos outros
Os homens comem-se uns aos outros.

-Apelo à Observação:

Vedes:
Todo aquele bulir;
Todo aquele andar;
Aquele concorrer e cruzar;
Aquele subir e descer;
Aquele entrar e sair;



REPREENSÕES EM PARTICULAR - cap. V (2.º momento da Confirmação)

             


  • RONCADORES

"É possível que sendo vós uns peixinhos tão pequenos, haveis de ser as roncas do mar?"

                

  •  PEGADORES

"Pegadores se chamam estes de que agora falo, e com grande propriedade, porque sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas de tal sorte se lhes pegam aos costados, que jamais os desferram."




  • VOADORES

"Dizei-me, voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois porque vos meteis a ser aves? (...) Contentai-vos com o mar e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes."

                      

  • POLVO

"E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia tão santa (...) o dito polvo é o maior traidor do mar."


Baseado em:
http://www.slideshare.net/sebentadigital/repreenses-gerais-e-particulares

funcionamento da lingua

Orações Coordenadas e Subordinadas


Orações  coordenadas


  •  Copulativas (exprimem a ideia de adição)

O João comeu o bolo    e   bebeu o sumo.

Oração                      conj.        oração 
coordenada               coord.       Copulativa
                              copulativa
                                                                      

  •  Adversativas (exprimem contradição/oposição

O João comeu o bolo  mas não bebeu o sumo.


  • Disjuntivas (apresenta alternativa)

O João comeu o bolo ou bebeu o sumo.


  • Explicativas (apresenta uma explicação)

Fui ao médico pois estava com gripe.


  • Conclusivas (exprimem conclusão

O João comeu o bolo logo não tem fome.



Orações subordinadas

  • Temporais: Quando, enquanto, mal, até, que, logo que, assim que, sempre que, desde que...
Exemplo: Mal tenha os bilhetes, telefono-te.

  • Causais: porque, como (inicio de frase), pois quem já que, uma vez que, visto que...
Exemplo: Só vejo o filme amanhã, já que hoje os bilhetes esgotaram.

  • Finais: para(com infinitivo) para quem a fim de que...
Exemplo: Mal posso esperara para ver o filme.

  • Condicionais: se, caso, salvo se, sem que, se não, desde que, a menos que, a não ser que...
Exemplo: Podemos alugar este filme, desde que tu queiras.

  • Comparativas:como, assim como... assim também, (do) que, bem como, tão.. que/como...
Exemplo: Este filme é tão bom como o que vimos ontem.

  • Completivas: que, se para (com infinitivo)
Exemplo: Pedi-lhe para sair. 
              Perguntei-lhe se vinha comigo.

Orações Subordinadas Adverbiais

  • Causal (revela causa ou motivo)
Exemplo: Como a Rita estava doente o Rui não quis sair.

  • Final (evidencia uma finalidade)
Exemplo: Vieram para ver o filme.

  • Temporal (estabelece uma referência temporal)
Exemplo: Quando os nautas partiram os seus familiares choraram.

  • Concessiva (traduz uma concessão)
Exemplo: Embora não tenhas concluído todos os trabalhos, podes sair.

  • Comparativa:
Exemplo: Ela dança tão bem como canta.

  • Consecutiva:
Exemplo: Correu tão depressa que tropeçou.

  • Condicional ( enuncia uma condição):
Exemplo: Se comesse chocolate, ficaria com alergia.




























Video sobre o "Sermão" e sobre Padre António Vieira

http://www.youtube.com/watch?v=lPRwwM8H6rc

Reflexão sobre o trabalho realizado no Módulo 6

Nós aprendemos mais sobre o estilo barroco, em relação à sua arquitectura e também ficámos a conhecer mais sobre a vida de Padre António Vieira.
A vantagem do blogue foi, que estivemos todas juntas na escola e em casa, e temos conhecimento da matéria mais rápido, permite fazer uma avaliação formativa.
Em relação ás desvantagens não encontramos, porque temos uma boa relação entre todas nós. E nos aspectos a melhorar é a nossa oralidade.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Módulo 7 - Textos de teatro I


Texto Dramático ( Características e origem)

O texto dramático teve origem :

  • Origem remota em rituais e danças;
  • Assume carácter literário na Grécia antiga, no séc. IV a.C.;
  • Representado em honra do Deus Dionísio, em auditórios ao ar livre;
  • Parte integrante da educação de um grego;
  • Alguns autores gregos: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
As suas características

Texto Principal - Refere-se às falas dos actores. 
Pode ser constituído por:
  • Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expõe perante o público os seus pensamentos e/ou sentimentos;
  • Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;
  •  Apartes – comentários de uma personagem para o público, pressupondo que não são ouvidos pelo seu interlocutor.Texto Secundário (ou didascálias, ou indicações cénicas) destina-se ao leitor, ao encenador da peça ou aos actores.


O texto secundário é composto:
  •  pela listagem inicial das personagens ( que ocorre habitualmente antes de cada cena)
  •  pela indicação do nome das personagens no início de cada fala;
  • pelas informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em actos, cenas ou quadros);
  • pelas indicações sobre o cenário e guarda roupa das personagens;
  • pelas indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras.
ESTRUTURA INTERNA E EXTERNA

Estrutura externa: O teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em:

  • actos, correspondentes à mudança de cenários,
  • cenas , equivalentes à entrada ou saída de personagens em cena.
O teatro moderno, narrativo ou épico, põe de parte estas regras tradicionais de divisão na estrutura externa.

Estrutura interna: Uma peça de teatro divide-se em:
• Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção.
• Conflito – conjunto de peripécias que fazem a acção progredir.
• Desenlace – desfecho da acção dramática.

Baseado em:
http://www.slideshare.net/girlcris/texto-dramtico-e-teatro
http://www.slideshare.net/miluaugusto/texto-dramtico-caractersticas

Romantismo



A literatura romântica em Portugal tem como marco simbólico a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett, em 1825. De fato, Camões exibe já algumas das tendências (a construção do herói romântico, por exemplo) que marcam o Romantismo português. Contudo, só anos mais tarde este movimento literário se enraizará em Portugal. Costuma-se dizer que o Romantismo durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão Coimbrã. Em 1865, muitos prosadores e poetas românticos publicam ainda com grande sucesso muitas das suas obras. 

O romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que representa as mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção e os valores interiores.

Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A literatura romântica , abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de vanguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras. Papel especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.

O romantismo também esta presente na pintura, arquitectura, escultura. 





Baseado em :

Romantismo em Frei Luís de Sousa

O Frei Luís de Sousa apresenta alguns dos tópicos românticos, tais como:


  • Sebastianismo - alimentado por Telmo e Maria; 

  • patriotismo e nacionalismo - além do que decorre do Sebastianismo, deve-se ter em conta o comportamento de Manuel de Sousa Coutinho ao incendiar o seu próprio palácio para impedir que fosse ocupado pelos Governadores ao serviço de Castela; 
  • crenças e superstições - alimentadas por Madalena, Telmo e Maria, que, sistematicamente, aludiam a agouros, visões, sonhos; 

  • religiosidade - uma referência de todas as personagens; note-se, no entanto, a religiosidade de Manuel de Sousa Coutinho, que inclui o uso da razão e que determina a entrada em hábito como solução do conflito; Madalena, por exemplo, não compreende a atitude de Joana de Castro, a condessa de Vimioso que se tornou freira (Soror Joana);

  •  individualismo - o confronto entre o indivíduo e a sociedade é particularmente visível em Madalena; 

tema da morte - a morte como solução dos conflitos é um tema privilegiado pelos românticos;
No caso do Frei Luís de Sousa, verifica-se:

  •  a morte física de Maria (morre tuberculosa);
  •  a morte simbólica de Madalena e de Manuel, que, ao tomarem o hábito, morrem para a vida mundana;
  •  morte simbólica de D. João de Portugal que, depois de admitir que morreu no dia em que sua mulher o julgou morto, simbolicamente, morre uma segunda vez, quando Telmo, depois de lhe ter desejado a morte física como única maneira de salvar a sua menina, o seu anjo (Maria), aceita colaborar com o Romeiro no sentido de afirmar que se trata de um impostor, numa última tentativa de evitar a catástrofe;
  •  morte psicológica de Telmo (ver texto de António José saraiva);

Vida e obra de Almeida Garrett





Nome completo do escritor: João Batista da Silva Leitão de Almeida.


Nasceu no Porto em 1799 e faleceu em Lisboa em 1854.

O apelido irlandês está na genealogia da família: Garrett é o nome da sua avó paterna, que veio para Portugal no séquito de uma princesa.
Mais tarde viria a escrever a este propósito: "Nasci no Porto, mas criei-me em Gaia". No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra.
De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que lhe pusessem um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. É também neste ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.

Algumas obras: 

1819- Lucrécia
1821- O Retrato de Vénus; Catão (representação); Mérope (representação)
1822-O Toucador
1825- Camões

Poemas:

Hino Patriótico, poema. Porto, 1820
Ao corpo académico, poema. Coimbra 1821
Retrato de Vénus, poema Coimbra, 1821
Camões, poema. Paris, 1825

Peças teatrais: 

O Alfageme de Santarém ou A Espada do Condestável. Lisboa, 1842
Um Auto de Gil Vicente. Lisboa, 1842
Frei Luís de Sousa, 1843 (eBook)
Dona Filipa de Vilhena, comédia. Lisboa, 18465
Falar Verdade a Mentir, comédia. Lisboa 1846
A Sobrinha do Marquês, 1848

Entre outras obras..

Baseado em:


Continuação de Frei Luís de Sousa (Espaço, Tempo e Personagens)

Espaço:
 O espaço vai-se reduzindo: África, Europa, Portugal, Lisboa, Alfeite, Almada, I palácio (Manuel de Sousa Coutinho), II palácio (D.João de Portugal).

Tempo:
O tempo vai-se reduzindo também, fechando-se dramaticamente em unidades cada vez mais curtas. 

  • 1578 – Madalena casa com D. João. Madalena conhece M. de Sousa. 
  • 1578 e 1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D. João 
  • 1585 e 1599 – Madalena casa com M. de Sousa. 
  • 1598 a 1599 ( 1 ano ) – D. João é libertado dirige-se para Portugal 
  • 28 de julho a 4 de Agosto ( 8 dias ) – Madalena vive de novo no palácio de D. João. 
  • Agosto (3 dias ) – D. João apressa-se para chegar 
  • 4 de Agosto ( hoje ) – é um dia fatal para Madalena.
Personagens:
D.Madalena de Vilhena:
  • nobre;
  • sofredora;
  • crente em agoiros e superstições
  • refugia-se no convento deixando tudo para trás
Maria de Noronha:
  • nobre;
  • precoce  para a sua idade (13 anos)
  • apreciadora de grandes feitos heroínos
  • vitima de tubercolose
Manuel de Sousa Coutinho:
  • nobre;
  • corajoso e determinado;
  • patriota;
  • refugia-se no convento deixando tudo para trás
D.João de Portugal
  • nobre;
  • está ausente no I acto e em quase todo o II acto e é recordado por quase todas as personagens
  • volta no papel de Romeiro para esconder a sua idêntidade
Telmo Pais:
  • velho aio da familia
  • é o confidente de D.Madalena e Maria
  • crê na volta do seu primeiro amo (D.João)
  • sebastianista
Frei Jorge:
  • Irmão de Manuel de Sousa Coutinho
  • faz parte do clero, mas é oriundo de familias da nobreza
  • é confidente de D.Madalena
  • é o primeiro que reconhece o Romeiro (D.João)

Frei Luís de Sousa



QUEM FOI MANUEL DE SOUSA COUTINHO?

Frei Luís de Sousa (Manuel de Sousa Coutinho, cerca de 1555-1632) sofreu vida acidentada na Ásia e em África, onde prestou serviços a Filipe II de Espanha. Regressando a Portugal, casou, por 1584-86, com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal,desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578. E, 1599 muda-se para Almada, nomeado capitão-mor dessa localidade. No ano seguinte, devido à peste que assolou Lisboa, os governadores do reino pretenderam abrigar-se em Almada, numa casa de Manuel que, por questões pessoais, lhe lançou fogo para não lhes ceder abrigo. Em 1613, após o falecimento da filha única do casal, D. Manuel e D. Madalena seguem o exemplo dos condes de Vimioso, dando entrada ele no Convento de S. Domingos de Benfica e ela no convento do Sacramento D. Manuel, então Frei Luís de Sousa, desenvolveu alguns projectos literários até à sua morte como A Vida de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, A História de S. Domingos Particular do Reino e Conquistas do Reino, a partir de materiais deixados por Frei Luís Cácegas, num estilo fluente, cheio de naturalidade e poder expressivo que marcou a prosa clássica portuguesa. Correram diversas versões acerca da causa da morte para o mundo de D. Manuel e D. Madalena, partindo uma delas de um biógrafo daquele, segundo o qual um peregrino trouxera a notícia de que D. João de Portugal ainda estaria vivo na Terra Santa, 35 anos após o seu desaparecimento, sendo o casamento de D. Manuel e D. Madalena impossível. Foi este facto que deu origem a Frei Luís de Sousa, de Garrett.


"Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; só peço que a não julguem pelas leis que regem, ou devem reger, essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole há-de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico." Assim, Frei Luís de Sousa apresenta características românticas e características clássicas e trágicas. Vejamos quais são: 

(memoria ao conservatório real)

Tragédia Clássica

A tragédia clássica é um género nobre, cultivado inicialmente na Grécia. As personagens, ilustres, protagonizam uma acção recheada de atitudes nobres, de coragem, mas em que o protagonista, pessoa justa e sem culpa, caminha inexoravelmente em direcção à desgraça ou à morte, vítima de um destino que não consegue vencer. A finalidade da tragédia é o de provocar o terror e a piedade.

As principais características da tragédia clássica são as seguintes:

  • Na tragédia clássica, o Homem é um mero joguete do Destino. Este é uma força superior que age de forma implacável sobre o protagonista, sem que ele tenha qualquer culpa;
  • Dividia-se em prólogo, três actos e epílogo;
  • Tem poucas personagens (três). Estas são nobres de sentimentos ou de condição social;
  • A acção dispõe-se sempre em gradação crescente, terminando num clímax;
  • Contém sempre vários elementos essenciais – o desafio, o sofrimento, o combate, o Destino, a peripécia, o reconhecimento, a catástrofe e a catarse;
  • Existe um coro que têm como função comentar e anunciar o desenrolar dos acontecimentos;
  • A tragédia clássica obedece à lei das três unidades – unidade de espaço, unidade de tempo e unidade de acção;
  • A linguagem da tragédia é em verso.

Definição de Drama


Poema dramático, que contém uma acção séria e completa, que visa provocar nos espectadores sentimentos de compaixão e piedade em relação às situações das personagens. O drama romântico é um género teatral em que aparecem unidos o elemento trágico e o cómico, o sublime e o grotesco.
Características do Drama Romântico em Frei Luís de Sousa:
  • Texto escrito em prosa;
  •  Não há um “mau da fita” que se mate ou mate alguém;
  •  Há conflitos psicológicos;
  •  Crítica aos preconceitos que vitimam inocentes;
  •  As personagens adquirem personalidades próprias para que se tornem símbolo dramático;
  •  O fundamento cristão aparece como recompensa ou castigo pelas acções praticadas;
  •  O facto de se tratar de um assunto nacional acarreta consigo o patriotismo;
  •  O messianismo/Sebastianismo;
  •  O comportamento emocional típico de personagens românticas;
  •  A religião como consolo;
  •  A morte de uma personagem em cena;
  •  Os Agouros, superstições, crenças, visões, sonhos são evidentes em Madalena, Telmo e Maria;
  •  O individualismo/hipertrofia do “eu” revelasse no confronto permanente entre os indivíduos e a sociedade;
  •  Culto da mulher – anjo na personagem Maria;
  •  Não respeita as unidades de tempo e de lugar;
  •  Preferências pelas horas sombrias;
  •  Liberdade versus destino: Ao escolher o amor, D. Madalena comete uma infracção à religião e costumes e o destino castiga essa acção;
Características Trágicas em Frei Luís de Sousa:
  • Não é em verso, mas em prosa;
  • Não tem cinco actos, têm três;
  • Existência de momentos que retardam o desenlace trágico;
  • Existência de um número reduzido de personagens;
  • Vislumbre do coro da tragédia Clássica em Frei Jorge e Telmo Pais, o coro actua como um travão ao ímpeto libertário do individuo, aconselhando a moderação, o condimento.;
  • Reduzido número de espaços;
  • Acção sintética (número reduzido de acções).
  • Existência de Presságios  (elementos, situações ou ditos das personagens que vão aumentando a tragédia): fogo (destrói a família e destrói o retrato), leituras (Lusíadas e Menina e Moça);
  • As personagens agem sobre um fatalismo que as empurra para a desgraça;
Baseado em:

batalha de Alcácer Quibir



Batalha de Alcácer-Quibir conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis , foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Ksar-El-Kebir, entre Tânger e Fez, em 4 de Agosto de 1578. Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião aliados ao exército do sultão Mulay Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadiana) contra um grande exército marroquino liderado pelo Sultão de Marrocos Mulei Moluco (Abd Al-Malik, seu tio) com apoio otomano.
No seu fervor religioso, o rei D. Sebastião planeara uma cruzada após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que seu tio Abu Marwan Abd al-Malik I Saadi havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa. Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os Marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do Sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos.
A batalha ditou fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.



Consequências

As consequências desta batalha foram catastróficos para Portugal. D. Sebastião desaparecera, deixando como sucessor o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, que veio a falecer sem descendência dois anos depois. Assim iniciou-se uma crise dinástica ameaçando a independência de Portugal face a Espanha, pois um dos candidatos à sucessão era o seu tio, Filipe II de Espanha.
A disputa do trono português teve vários pretendentes: D. Catarina de Médici, rainha da França, que se dizia descendente de D. Afonso III; D. Catarina, duquesa de Bragança e sobrinha do Cardeal D. Henrique; Manuel Felisberto, duque de Savoia e António de Portugal, Prior do Crato, ambos, sobrinhos do rei; Alberto de Parma e Filipe II.
Filipe efectivamente ascendeu ao trono em 1580. A maioria da nobreza portuguesa que participara na batalha ou morreu ou foi feita prisioneira. Para pagar os elevados resgates exigidos pelos marroquinos, o país ficou enormemente endividado e depauperado nas suas finanças.
Luís Vaz de Camões escreveu, numa carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre de Alcácer-Quibir, à ruína financeira da Coroa portuguesa e à independência nacional ameaçada: "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".
Perto de al-Kasr al-Kebir, numa aldeia denominada Suaken onde se deu a Batalha e, provavelmente, onde foram, naquela altura, enterrados os três reis, encontra-se um obelisco em memória de D. Sebastião e mais dois em memória dos outros dois reis. A batalha ainda hoje é conhecida em Marrocos como a "Batalha dos Três Reis".

D. Sebastião

D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 — Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora.
Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

Comunicado

Definição

Comunicado é um texto cativante, inédito, verdadeiro, objectivo e denotativo. Um comunicado representa um antónimo de comunicação já que este não espera obter uma resposta por parte do receptor, enquanto que para haver comunicação têm que pelo menos existir um emissor e um receptor. Os comunicados são escritos para anunciar alguma ideia ou lei (comunicar algo a alguém).
  

Características

Em geral, o comunicado contém informação voltada para os próprios jornalistas, como a troca nos números de telefone da instituição ou o cancelamento de uma entrevista coletiva, por exemplo. Ao primeiro paragrafo chama-mos de introdução ou lead. Alguns apresentam introdução de acordo com a estrutura do texto narrativo. Outros têm, logo no inicio, um parágrafo-síntese da matéria que o resto do texto desenvolve (data, hora, local, entidade/s predominantemente envolvida/s). Os restantes parágrafos têm tendência a ser curtos, com uma linguagem simples e muito clara e contêm as informações ordenadas das mais importantes para as menos importantes.
Tipos de comunicado Existem diversos tipos de comunicado: de reunião, de evento, de modificação de um local ou uma data, etc. Irá depender do objetivo do comunicado. Se for comunicar sobre uma reunião, então teremos o comunicado de reunião, se for para informar sobre um determinado evento, então será um comunicado de evento e, assim, sucessivamente. Um comunicado apresenta uma estrutura básica para qualquer que seja o tipo. 
Vejamos o que essa estrutura deve conter: 
Estrutura básica do comunicado 
• Nome dos organizadores: Exemplo: Prefeitura Municipal de Natal; Escola de Pesca do Rio Grande do Norte. 
• Objetivo: Exemplo: A inauguração do Centro de Integração foi transferida para outra data. 
• Local e data: Exemplo: Natal, 15 de abril de 2013. 
• Assinatura: Exemplo: Fulano de Tal/ Cargo

Exemplo de um comunicado:
Apoio Meteorológico- http://www.fpcolumbofilia.pt/com/2010/Meteorologia.pdf


 Baseado em : http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunicado


Video sobre a Vida e obra da Almeida Garrett




Baseado em: nos papeis verdes que vocês não viram no video mas eles estavam lá.




sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Memoria ao Conservatório Real

O Conservatório de Arte Dramática foi criado pela rainha D. Maria II por um decreto de 15 de novembro de 1838. Ficou estabelecido que este incluiria escolas de Artes Dramáticas, Música, Dança, Mímica e Ginástica Especial.
A Memória ao Conservatório Real foi lida, por Almeida Garrett, em conferência no Conservatório Real de Lisboa, a 6 de maio de 1843, a propósito do Frei Luís de Sousa.
Nessa altura, também o texto de Frei Luís de Sousa foi dito a uma só voz, a de Garrett, para os seus pares do Conservatório. O próprio Almeida Garrett reconheceria, mais tarde, que o facto de o seu drama ter tido "favorável juízo do Conservatório" ajudou a que começasse a ser "benquisto do público antes ainda de lhe ser apresentado". 

Na Memória ao Conservatório Real, Almeida Garrett compara "a desesperada resignação de Prometeu" e os remorsos de Édipo nas tragédias da antiguidade clássica e conclui que não são superiores aos "tormentos de coração e de espírito" que aqui padece Manuel de Sousa Coutinho, "o amante delicado, o pai estremecido, o cristão sincero e temente do seu Deus". Compara ainda os terrores de Jocasta (que "fazem arrepiar as carnes, mas são mais asquerosos do que sublimes") com a dor, a vergonha, os sustos de D. Madalena de Vilhena que "revolvem mais profundamente no coração todas as piedades". 
Afirma que o conteúdo do Frei Luís de Sousa tem todas as características de uma tragédia. No entanto, chama-lhe drama, por não obedecer à estrutura formal da tragédia. Refere a peça Comédia Famosa a que assistira, na Póvoa de Varzim, sobre o mesmo tema, representada por atores castelhanos.
Nesta Memória ao Conservatório, Almeida Garrett apresenta o seu drama romântico Frei Luís de Sousa como derradeiro "trabalho dramático". Este texto constituiria, assim, o balanço da sua intervenção na renovação do teatro em Portugal e uma reflexão sobre a herança clássica e as influências românticas.

Pinturas do Sec XIX



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Atos ilocutórios, pressuposição, inferências

Atos Ilocutórios

Assertivos 
Os actos que se relacionam com o locutor, com o valor de verdade do que se diz.
Exemplo : Hoje, é dia 22 de Janeiro;

Expressivos
Os actos que têm como objectivo exprimir o estado psicológico do locutor em relação ao enunciado.
Exemplo: Está um lindo dia !

Directivos 
Os actos em que o locutor pretende que o ouvinte realize, no futuro, o acto verbal ou não verbal referido no enunciado. 
Exemplo: Directo- Saia, se faz favor /  Indirecto- Não se importa de fechar a porta?


Compromissivos
Actos em que o  locutor se compromete a realizar, no futuro, o acto referido no enunciado.
Exemplo: Prometo que o teste não será difícil.

Declarativos
Actos em que, pela sua enunciação alteram a realidade. Estes atos só podem ser realizados por locutores investidos de autoridade.
Exemplos: " eu vos declaro-vos marido e mulher". 


Pressuposição

Relação de sentido entre duas proposições em que se P é verdadeira, Q também é verdadeira, mas se P for falsa, Q mantém-se verdadeira. A sua propriedade permanece mesmo quando se faz a negação da proposição. Os exemplos seguintes são exemplos do funcionamento da pressuposição semântica:

i) Afirmação: O polícia tem muita pena que a senhora tenha sido roubada.
ii) Interrogação: O polícia tem muita pena que a senhora tenha sido roubada?
iii) Negação: O polícia não tem pena que a senhora tenha sido roubada.

iv) Pressuposição: A senhora foi roubada. 


Analisando as proposições, podemos constatar que estamos perante exemplos de implicação estrita, umavez que a verdade de i) implica a verdade de iv). Porém, o que distingue a relação de pressuposição darelação de implicação estrita é que para a implicação estrita, se i) é verdade, iv) também é verdade,enquanto que para a pressuposição, iv) é sempre verdade mesmo perante a negação de i) (cfr. iii)) e ainterrogação de i) (cfr. ii)). Ou seja, iv) é sempre uma proposição verdadeira independentemente da atitudeproposicional que se tiver (negação ou interrogação). 

Os estudos em semântica permitiram identificar as construções que desencadeiam pressuposiçõessemânticas. Encontramos pressuposição semântica com: 

a) predicados factivos (lamentar, ter pena, saber que; estar contente/ triste que; estar surpreendido); 

b) verbos auxiliares de aspeto (voltar a, deixar de, continuar a) 

i. O João deixou de fumar. 
ii. Pressuposição: O João fumava.

c) frases clivadas ou encaixadas (com processos de foco sintático)

iii. Foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o campeonato.
iv. Não foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o campeonato.
v. Foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o campeonato?
vi. Pressuposição: Algum clube ganhou o campeonato. 


Inferências

Exemplos de Inferência

Filósofos gregos definiram uma série de silogismos, corrigir três inferências de peças, que podem ser usados ​​como blocos de construção para o raciocínio mais complexo. Começamos com o mais famoso de todos eles:
Todos os homens são mortais
Sócrates é um homem
Portanto, Sócrates é mortal.

Processo acima é chamado de dedutivo.