segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Questão Coimbrã

Dá-se este nome a uma verdadeira guerrilha que surgiu quando Pi­nheiro Chagas, poeta romântico, publicou Poemas da Mocidade, dedicado a Castilho e que este elogiou de tal forma que propunha o seu autor para professor de literatura no Curso de Letras da universidade, ao mesmo tempo que fazia insinuações contra Antero de Quental. Este respondeu violenta e grosseiramente com o folheto Bom Senso e Bom Gosto, onde, entre outras expressões descorteses contra o velho e respeitável mestre Feliciano de Castilho, se destaca esta: "V. Excia. precisa menos cinquenta anos de idade, ou então mais cinquenta de reflexão".

Os escritores dividiram-se em dois grupos, uns apoiando o velho Feli­ciano de Castilho, outros, o jovem poeta Antero de Quental. Pinheiro Chagas e Camilo escreveram a favor de Castilho; Teófilo Braga, Eça de Queir6s e outros apoiaram Antero. A Questão Coimbrã terminou com um duelo entre Antero e Ramalho Ortigão, o qual, embora concordasse com as ideias de Antero, o atacou por ter sido descortês para com o velho Castilho.

A Questão Coimbrã não teria grande importância se ela não simbolizasse a luta entre dois grupos de escritores: os românticos e os realistas.

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